quinta-feira, 8 de novembro de 2018

"Ler Amarante com Pascoaes"


A Biblioteca Escolar, ao longo dos anos letivos 2018/2019 e 2019/2020, vai dedicar muito tempo a Teixeira de Pascoaes! Através do projeto "Ler Amarante com Pascoaes", financiado pelo PNL (Ler+ Jovem) queremos devolver o poeta à Escola e à cidade.
E porque hoje se assinala a data o seu nascimento, alguns alunos do 11º CLH1 decidiram criar este marcador de livros que distribuíram na Escola. Excelente trabalho!

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

“A Missão”, de Roland Joffé. Por Cláudio Machado, 11.º CT4


Considero “A Missão”, drama direcionado por Roland Joffé na década de 80, uma ótima representação da realidade observada no século XVIII. O filme retrata a época de colonização dos povos europeus nas terras [maioritariamente] americanas, mais propriamente no ano de 1750.


A longa-metragem inicia-se com o relato da morte de um sacerdote, sendo esta causada pelos indígenas; diz-se que o fim da sua vida levou à entrada de Deus nas suas tribos, esta por parte de 3 jesuítas (entre os quais um se destacou na salvação dos índios). No decorrer da história observam-se diversas reviravoltas, tais como um pecador que se converte em Cristão e um aniquilador que se dedica à salvação. O objetivo principal dos jesuítas centrava-se inicialmente na conversão dos indígenas e na proliferação da palavra de Deus; esta perspetiva, no entanto, não era apoiada pelos monarcas, cuja razão lhes cegava o coração e abria os olhos à escravização de tais seres humanos, que por eles eram considerados meros animais. Ao longo do filme observa-se este confronto incessante entre o amor e a razão, por causa de meros interesses políticos e económicos (a expansão do território e o aumento da riqueza) com uma moral incrível: ainda que os nossos erros não possam ser eliminados, podem ser ofuscados pela luz das nossas virtudes e correções; todos os caminhos que escolhermos levam a um determinado acontecimento (ora bom, ora mau), logo optemos por escolher o melhor.
Como já mencionei anteriormente, “A Missão” é a descrição da desigualdade e da renegação dos direitos humanos, uma questão muito debatida nos dias de hoje. Considero que nesse aspeto (ao nível da escravidão) o ser humano melhorou significativamente e por isso discordo totalmente com a atuação da monarquia (e a própria igreja) contra a propagação do amor. Robert de Niro, Jeremy Irons e Liam Neeson representaram esplendidamente os seus papéis e penso que conseguiram espalhar a sua mensagem plenamente na pele dos três jesuítas.


Para concluir, devo dizer que recomendo a visualização deste filme pelo que nos abre os olhos e os corações às singelas populações que sofrem com a desigualdade; a adicionar, observamos que não está tudo perdido e que no meio de espingardas, espadas, canhões e flechas, ou seja, no meio das trevas, da escuridão, há alguém que faz a diferença [e um feixe de luz é capaz de iluminar uma sala inteira!]. Termino, então, com uma frase do filme que teve um belo significado, para mim: “A luz brilha na escuridão, e a escuridão não vencerá”.
Cláudio Machado, 11.º CT4

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Colóquio Internacional "As Viagens da Saudade"

«O tema e sentimento da saudade têm sido considerados característicos da cultura galaico-portuguesa e lusófona, popular e erudita, desde os cancioneiros medievais até à actualidade. Surgindo implícito e ainda inominado nas cantigas de amor e amigo, seria posteriormente nelas nomeado e permaneceria marcante, enquanto expressão do amor ferido pela ausência, “nas melhores obras da literatura portuguesa” (Carolina Michaëlis de Vasconcelos). Progressivamente assumido como objecto de reflexão, converte-se num tema recorrente de algumas vertentes do pensamento filosófico desenvolvido em Portugal e na Galiza, desde o séc. XV até ao presente. Desde a paradigmática polémica entre Teixeira de Pascoaes e António Sérgio, permanece aberto o debate entre os defensores da singularidade cultural da saudade e os da sua universalidade. Se António Sérgio estabeleceu um elenco de sentimentos que seriam equivalentes noutros povos, línguas e culturas, e se a lista foi aumentada por outros autores, o próprio Teixeira de Pascoaes, geralmente considerado como o defensor unilateral da singularidade nacional e cultural da saudade, não deixa de reconhecer que o sentimento saudoso, além de ter uma génese antiga e não nacional, surge noutras culturas, paralelamente à sua presença no povo e nos autores portugueses (...).»
In http://cful.letras.ulisboa.pt/events/coloquio-internacional-as-viagens-da-saudade-29-31-outubro/

Programa completo:
29 de Outubro
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Sala 5.1

9:30 – Abertura
10h00 – 11:h30

Samuel DIMAS: «A Ontologia da Saudade»

Sofia CARVALHO: «A Saudade, figura onde o Mistério esfriou em Medalha: silêncio e solidão em Para a Luz de Teixeira de Pascoaes»

Nuno RIBEIRO: «Fernando Pessoa e a poética do saudosismo»
11h30 – 13h30

Cinzia RUSSO: «Da dor da ausência ao desejo do re-encontro»

David Fernández NAVAS: «Nostalgia y amor en Emilio Prados»

Manuel Cândido PIMENTEL: «A concepção da saudade em Ramón Piñeiro»
António Braz TEIXEIRA: A reflexão sobre a Saudade na “Geração Nós”

15h00 – 17h00

Cláudia SOUZA: «Fernando Pessoa e Novalis: romantismo, infinito e saudade»

Cem KÖMÜRCÜ: «Sehnsucht in Romanticism»

Dirk HENNRICH: «Da Alma do Mundo à Saudade de Gaia. Revisitar Novalis para pensar o Antropoceno»
Paolo VANINI: «A Melancholic Exile: Emil Cioran and the Feeling of Saudade»

17h00 – 18h30

António Cândido FRANCO: «Saudade e Tao»

Fabrízio BOSCAGLIA: «Saudade e sawdā’: a melancolia árabe na cultura galaico-portuguesa e brasileira»

Anne TWITTY: «La nostalgia del ave del paraíso»
18h30 – 20h00

Filipe LUIG: «Does Artificial Intelligence trigger humanism in humans? Longing for the Human in Contemporary Science Fiction Cinema»

Jorge Croce RIVERA: «Saudades do Humano na Época Enigmática»

Paulo BORGES: «Suydade, experiência do Sy abyssal»
30 de Outubro
Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Sala 201

Abertura: 09h30
09h45– 11h00

Hugo MONTEIRO: «Música, movimento e Saudade. Variações (est)éticas em torno de O Bailado»

Flávio REIS: «As saudades de Clarimundo: o lugar maravilhoso na narrativa cavaleiresca de João de Barros»

Rodrigo ARAUJO: «Silêncio e saudade em Teixeira de Pascoaes»
Moderação: Jorge Cunha

11h00 – 11h15 – Intervalo
11h15 – 12h30

Irandina AFONSO: «Itinerários da saudade: algumas aproximações»

Vânia DUARTE: «O feminino e a saudade»
Fernanda BERNARDO: «Saudade’s, tonalidades, sobressaltos e despertares»
Moderação: Renato Epifânio

Amarante | Centro Cultural de Amarante
15h30 – 16h45

Maria Luísa MALATO: «Sons da Saudade?»

Lirandina GOMES: «Por uma cartografia afetiva das paisagens»
Celeste NATÁRIO: «Livro de Memórias: substância ilusória em que o ser se continua»
Moderação: Elsa Cerqueira

31 de Outubro
Universidade de Santiago – Faculdade de Filosofia

Abertura: 09h30
09h45– 11h15
Rocio CAROLO: «A saudade: un viaxe a través da lírica galaico-portuguesa»

Teresa LOUSA e José MIKOSZ: «As Viagens da Saudade entre Portugal e Brasil através da Pintura»

Elias Torres FEIJÓ: «A mais poderosa ponte identitária: Portugal e a saudade no nacionalismo galego»
Oscar Parcero OUBIÑA: «Saudades dinamarquesas»
Moderação: Luís Soto

11h15 – 11h30 – Intervalo
11h30 – 13h00

Verónica Garcia MORENO: «La nostalgia de Al-Andalus en el discurso nacionalista andaluz: la obra de Blas Infante»

Maria del Carmen Piñas SAURA: «María Zambrano: Poietización de la sombra: saudade, herida de luz con sonidos negros»
Renato EPIFÂNIO: «Entre Ser, Sentido e Saudade»
Celeste NATÁRIO: «Vicente Risco e Teixeira de Pascoaes: atlantismo e saudade»
Moderação: Carlos Queiroga

13h00-14h30 - Almoço
14h30 – 15h45

Antoni Gonzalo CARBÓ: «El duelo, ese ángel nocturno. Pérdida y tristeza melancólica: mística y cine»

Francisco Martínez ALBARRACÍN: «Intuición, poesía y filosofía: Sobre orfismo, mística y romanticismo»
Luís LÓIA: «O des-envolver como condição de acesso à saudosa indiferenciação»
Moderação: Celeste Natário

15h45 – 16h00 – Intervalo
16h00-17h15

Miguel Angel QUINTANAR: «A saudade contemplada desde o pensamento de Gilles Deleuze»

Julia Alonzo DIÉGUEZ: «Entremos más adentro en la espessura»
Luís Garcia SOTO: «A saudade, a negra sombra e o fantasma da liberdade»
Moderação: Elias Torres Feijó