sábado, 31 de janeiro de 2015

“Ela queixa-se de não ter internet, mas para que a quererá?”

Ela queixa-se de não ter internet
Mas para que a quererá?
A mentira não é um bom refúgio
Mas a verdade, o que será?
Para ela são rosas
Para ele são espinhos,
Para ela um mar de ondas
Para ele um deserto vazio.
A verdade não é escrita
E não pode ser falada,
Porque para ela verdade é mentira,
E, para ele, mentira é a fala humana.
O mundo em que vivem
É uma realidade distorcida,
No dela tudo o que vive sonha
E, para ele, todo pesadelo tem vida.
Na ignorância da mentira,
A internet é a sua cultura
E quando a verdade não pode ser vista
É ele quem a segura.
Porque no mundo em que vivem,
Quem acredita na verdade vive iludido
Mas a mentira é que a verdade
Não é como digo.
No entanto, sem planear, 
A mentira ganha verdade
E no silêncio do olhar
A realidade é ilusão:
Para ela um oceano de cor, 
Para ele uma gota de solidão.
E quando adormecem,
O mundo fica um pouco diferente,
Para ela unicórnios e amor,
Para ele demónios e dor.
Agora sabemos que a vida, 
É o disfarce para a invenção.
Porque verdade não existe e mentira também não,
Num texto ela é a pergunta
E ele o ponto de interrogação.
           
Bianca

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