quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

“A história do meu filho“ de Danielle Steel. Por Joana Costa (11º CLH2)


      “A história do meu filho“ é uma obra de Danielle Steel.             Danielle é uma escritora americana, atualmente com 70 anos de idade, e os seus livros estão entre os mais vendidos no mundo. Autora de muitos “best-sellers” no seu país e no estrangeiro, Danielle Steel dedica-se a escrever principalmente dramas românticos.
  Por ser de carácter biográfico, este é um livro particularmente especial para si. Tudo neste livro é real e o final não é feliz.
“A história do meu filho“ relata a vida atribulada e a morte trágica de Nick, um dos nove filhos da escritora. Na primeira pessoa, Danielle começa por contar que desde cedo se apercebeu que o seu filho era uma criança diferente, os seus comportamentos e a sua conduta não lhe deixavam margem para dúvidas. Ainda em criança, foi-lhe diagnosticado Psicose Maníaco-Depressiva, uma doença mental sem cura que lhe provocava mudanças constantes e dramáticas de humor. Inicialmente, começou por fazer uma vida normal, no entanto, com o passar do tempo, não conseguiu lidar com a frustração da doença e acabou por deixar a medicação, envolveu-se na droga e rejeitou o apoio de todos aqueles que o queriam ajudar nesta fase difícil.
   Fruto de tudo isto, tentou três vezes o suicídio e acabou por falecer em 1997, em sequência da doença.
   Este não é o primeiro livro que leio da autora e, tanto neste como nos anteriores, apercebi-me que uma das suas características é fazer o leitor repensar no valor da vida. Descreve-a sempre como um bem grandiosíssimo, por mais frágil que possa ser, e é interessante fazer esta associação, provavelmente foi o suicídio do filho que a fez também a ela refletir sobre o valor da vida e transmitir essa preocupação aos leitores.
   Acredito que passei a perceber o verdadeiro propósito e significado da sua mensagem, mas confesso que o que me chamou realmente à atenção foi o suicídio. Apesar de já ter ouvido muitos relatos, este livro comoveu-me e fiquei interessada em saber mais acerca do assunto, o que me levou a fazer uma pesquisa que, em conjunto com as situações de completo sofrimento e angustia de Nick, retratadas no livro, percebi como é que um estado de total desespero pode levar alguém a pôr fim à vida, principalmente pessoas depressivas, e o quão crucial é aceitar ajuda!
    De uma certa forma, passei a ter uma visão diferente deste tipo de situações. É claro que não acho justificável e aceitável, de todo, mas deixei de “julgar” as pessoas depressivas que têm pensamentos destes, foi como se tivesse convivido de perto com uma situação destas e soubesse o quanto custa, o quanto custa lidar com a dor e o quanto custa ouvir as repreensões daqueles que não tentam perceber o sofrimento que estas pessoas atravessam. Tal como eu julgava, penso que todos o fazem, tenho a certeza que não há ninguém que nunca tenha apontado o dedo a pessoas nesta situação, acusando-as de seguir o caminho mais fácil, como Nick, que se envolveu na droga, e de rejeitarem o apoio daqueles que estão dispostos a ajudar, no fundo acusam-nos de não terem força de vontade. Mas eu percebi que, às vezes, a força de vontade não chega e que ter paciência com as pessoas depressivas é fundamental, porque estas ficam num estado de hipersensibilidade, passam a viver em profundo sofrimento, mesmo que queiram aceitar ajuda e que tenham consciência que precisam, não se sentem capazes disso, há uma ausência total de esperança e a morte parece ser a única porta de saída para fugir ao sofrimento.
Em casos de profunda depressão há uma perda patológica das defesas vitais normais que pode mesmo levar ao suicídio.
 A dimensão dos pensamentos suicidas é muito incompreendida, o que é normal. Aliás, o suicídio ainda é um tabu na sociedade, mas nunca encarem o suicídio como sinónimo de loucura nem julguem estas pessoas, porque ninguém sabe o que lhe está reservado. Pensem que ninguém é o senhorio da sua própria vida, mas meros inquilinos.
Joana Costa



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